Sem candidato, PR de Maggi pode acabar em 2010
Qual o tamanho político do governador Blairo Maggi? A resposta só na apuração das urnas na eleição de 2010. Mas uma pista já dá para ter faltando pouco mais de um ano para o pleito. Não é na proporção que o governador e sua “turma da botina” imagina. Quando fundou o PR, há três anos, contava com 80 prefeitos. Hoje tem apenas 32. O partido minguou e corre o risco de sumir em 2010 sem nomes que transmitam confiança ao eleitor para disputar o governo do Estado e o Senado Federal. Nas conversas que mantém com os aliados, o governador Blairo Maggi faz questão de esclarecer que ainda é cedo para se falar em sucessão e em nomes dentro de seu partido, o PR. Gosta de lembrar que em 2002 foi lançado faltando 90 dias para a eleição e venceu com facilidade. O excesso de otimismo do governador, entretanto, não atinge a maioria do partido. Ao contrário, a reclamação, a desconfiança, o medo impera dentro da cúpula e, principalmente na militância que não vê a possibilidade do governador fazer seu sucessor. A desconfiança é tão grande que nesta semana um deputado federal deu uma declaração bombástica, “Esqueçam o PR, ele acabou”. Maggi tem dito que quer ver em sua cadeira seu vice, Silval Barbosa, que é do PMDB. A ideia não agrada ao PR que quer ser cabeça de chapa. O problema é que o partido, que gravita em torno do governador, em seus três anos de existência não consegue ter nomes capazes de capitalizar votos. O deputado Sérgio Ricardo, que sonha em ser governador, mas não descarta a possibilidade de ganhar uma vaga no Tribunal de Contas, não inspira tanta confiança. “Enquanto ele ficar cobiçando dois cargos não vai deslanchar. Ele precisa decidir, sair de cima do muro”, avalia um republicano preocupado com os rumos que o partido pode tomar após o pleito de 2010. “Corremos o risco de sumirmos do mapa”, arrisca a dizer. Outro que poderia disputar, o empresário Mauro Mendes, também não tem o apoio da maioria do partido. Na mesma seara do PR está o PT e o PP, que não contam com nomes capazes de aglutinar a chamada base aliada e garantir a vitória nas urnas. No PT, a senadora Serys Marli já avisou que não vai para o sacrifício e que deseja continuar no Senado. O deputado federal Carlos Abicallil, também prefere um caminho tranqüilo, se reelegendo à Câmara Federal a correr o risco de perder para o Governo do Estado. Já o PP, gravita em torno de um único nome: o deputado estadual José Geraldo Riva. Ele não esconde que seu objetivo é a senatoria, mas não descarta mais uma eleição para a Assembléia Legislativa, onde pode mais uma vez ser campeão de votos e garantir a eleição de outros pepistas, mantendo, desta forma, seu partido girando em torno de sua popularidade. O PMDB, que tem Silval Barbosa como candidato enfrenta um outro problema: o racha dentro da sigla. O presidente regional do partido, deputado federal Carlos Bezerra não se mostra um aliado de Maggi. Para ele, as decisões nacionais são sempre mais importantes e não descarta sair em apoio a José Serra, que deve ser o candidato do PSDB à presidência. Portanto, pode tirar o sonho de Silval em ser governador. Na avaliação de um importante cientista político cuiabano, os partidos em Mato Grosso servem apenas como abrigos de políticos. “Ninguém está preocupado com sigla partidária. Nossos políticos se preocupam com eles mesmos, em se manterem no poder. Prova disso é a situação que vivemos atualmente. O PR deveria ter um nome para a sucessão ao governo do Estado e não tem. O Moises Sachetti, presidente da sigla corre o risco de ficar com chave do diretório na mão, sem ninguém para substituí-lo ao final da eleição do ano que vem”, avalia. Este analista lembra ainda que o maior perdedor no próximo pleito pode ser mesmo o PR. Ele explica que o partido de Maggi, quando foi fundado há três anos tinha 80 prefeitos, hoje tem apenas 32. “O partido está minguando. A tendência é continuar perdendo espaço e gordura. Blairo Maggi pensa que tem a força que tinha em 2002. Na eleição de 2010 ele vai saber qual realmente é a sua força. Muito pouca”, avisa, lembrando que a base aliada do PR não mostra mais confiança e que o prefeito Wilson Santos está crescendo na preferência do eleitorado exatamente por não encontrar na base aliada do governo força para brigar pela vitória. Outro que tem tudo para ganhar espaço nesta disputa e matar a potencialidade do governador é o DEM do senador Jayme Campos.
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