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segunda-feira, 9 de março de 2009


Riva nega interesse em disputar o Governo do Estado

Presidente do Legislativo estadual pela quarta vez e um dos principais líderes políticos de Mato Grosso, o deputado José Riva (PP) descarta ser candidato ao Governo do Estado. A meta é se eleger senador. Ele assegura ainda que seu partido marchará unido, mas não fechará portas para eventuais e possíveis aliados, independente deles estarem no arco de aliança ou na oposição, mesmo reconhecendo a preferência por acompanhar o governador Blairo Maggi (PR).Ele pontua que o arco de alianças, construindo uma candidatura sem rachas ou perdas as reais chances de vitória são muito grandes, seja com o senador Jaime Campos, o vice-governador Silval Barbosa ou mesmo o deputado Carlos Abicalil como candidato a sucessão estadual. Se nesse processo houver traições, as dificuldades de resultados positivos serão muito maiores.Riva lembra que construiu a sua solidez na Assembléia Legislativa de Mato Grosso honrando os compromissos e permitindo que os deputados tivessem respaldo em suas ações e disse que a crise chegou e exigirá de todos, a redução do tamanho do Estado, a diminuição de despesas e uma política de incentivos fiscais diferente.A Gazeta - O senhor é candidato ao governo do Estado em 2010?José Riva - Não. Em nenhum momento falei ou deixei transparecer isto. Sempre tive e continuo tendo um projeto que é o Senado. Aliás, quem vai determinar se esse projeto é viável ou não é a sociedade. É lógico e claro que eu estou trabalhando e me dedicando para viabilizar minha candidatura.Gazeta - De onde partiram as insinuações de que o senhor poderia disputar a sucessão do governador Blairo Maggi?Riva - Essa idéia de uma candidatura ao governo nasceu de prefeitos, vereadores e empresários a quem quero manifestar meu respeito pelas suas posições de apoio e informar que levei o assunto ao Partido Progressista, mas em princípio sempre fui candidato a senador.Gazeta - O senhor então mantém sua candidatura?Riva - Com certeza. Eu tento me viabilizar para enfrentar uma eleição majoritária. Mas tenho uma segunda opção que seria uma nova reeleição.Gazeta - Quando o senhor admite uma segunda opção é por duvidar da possibilidade de disputar uma vaga majoritária?Riva - Na verdade eu preciso construir minha candidatura ao Senado. Minha pretensão tem uma boa base política, agora não posso menosprezar o fato de que é preciso levar em consideração algumas condicionantes, por exemplo, dentro do arco de aliança ao qual pertenço tem uma aproximação muito forte do PR com o PT e não posso entrar numa disputa ao Senado em meio a duas outras candidaturas.Gazeta - E se essas duas candidaturas se confirmarem, qual será o seu caminho?Riva - Em se confirmando essa situação, me restam duas alternativas, retomar minha candidatura a deputado estadual ou então procurar uma aliança diferente para fazer parte, só que isto depende de todo o PP e não apenas de mim. Estou trabalhando arduamente para consolidar meu processo eleitoral dentro do arco de aliança, mas tenho que reconhecer que não depende só de mim.Gazeta - O senhor é visto como nome de consenso dentro do arco de aliança. Todos querem ouvi-lo e saber qual será o seu caminho político. Como será sua posição com as proximidades das eleições de 2010?Riva - Quando fui procurado pelo governador Blairo Maggi (PR) disse a ele, assim como a outras lideranças como o senador Jaime Campos (DEM) e o vice-governador, Silval Barbosa (PMDB), que essa aliança, se reeditada com todas as suas peças, sem exclusão, ela é viável e tem amplas chances de se sagrar vitoriosa.Gazeta - E se houver rachas?Riva - Se houver rachas e divisões e saída eventual do DEM começa a dificultar as reais chances de vitória. Temos nomes consideráveis dentro do arco de alianças, o senador Jaime Campos que tem seu nome colocado com muita naturalidade, assim como o vice-governador Silval Barbosa, o próprio PT tem bons nomes como o deputado Carlos Abicalil, então qualquer nome colocado e definido, deu um passo enorme rumo a vitória e a consolidação.Gazeta - O PP é um dos braços fortes do arco de alianças, mas ele está ligado ao Estado e agora a Cuiabá. Para onde vai o PP?Riva - O PP estará unido durante todo o processo. Vejo isso nos deputados federais Pedro Henry e Eliene Lima, nos estaduais Campos Neto, Maksuês Leite, Airton Português e no presidente da sigla, Chico Daltro, além de prefeitos e vereadores. É lógico e natural uma reedição da aliança com o Partido da República, mas é preciso que o PP seja contemplado pelo arco. Não vamos fechar portas para ninguém, mas queremos reciprocidade a lealdade que proporcionamos na governabilidade de Mato Grosso.Gazeta - E sobre Cuiabá?Riva - A composição feita com o prefeito Wilson Santos é decorrente da preocupação com Cuiabá, assim como temos para com Mato Grosso. Os nossos três vereadores têm preocupação com Cuiabá. Acima de qualquer interesse político-partidário está o interesse em ver Cuiabá bem. A aliança vai ajudar o prefeito a governar e não posso entender a política diferente disto. Se Wilson Santos foi reeleito por vontade da maioria, não resta ao partido outra solução que não ajudar a governar. Não é uma aliança política, mas não podemos fechar portas e deixar de admitir que se necessário existe uma possibilidade de uma nova conversa política.Gazeta - O que representa o processo que o senhor construiu em torno da administração da Assembléia Legislativa, já que pela quarta vez preside a Casa de Leis?Riva - Na verdade nós construímos toda uma história dentro do parlamento. Primeiro de tudo de credibilidade junto aos colegas deputados, porque ninguém sobreviveria tantos mandatos se não soubesse dividir o poder. Segundo, acho que todos os compromissos assumidos de fortalecimento na função parlamentar, do respeito para com o deputado foram honrados e isto contribui muito. E por fim a nossa postura de dialogar sempre compartilhando tarefas.Gazeta - Mas como é o seu relacionamento com os demais deputados?Riva - Muitos colegas teriam condições de exercer as funções de gestores com mais competência do que eu, mas a segurança que sempre transmiti de assegurar condições de trabalho e de defender o Poder Legislativo me fortaleceram. Eu amo o Legislativo e reconheço que ele perdeu forças por causa do próprio sistema, então somos culpados, como o próprio Congresso Nacional que a todo momento abre mão de prerrogativas em favor do Executivo e do Judiciário e isto é muito ruim. Minha defesa intransigente do Legislativo, mostrando o que ele significa como instrumento de defesa da sociedade, contribuiu muito para a solidez de nossa participação na Mesa Diretora.Gazeta - Essa solidez pode ser reconhecida em ações no interior?Riva - Desde o primeiro momento que aqui cheguei uma das principais tarefas era fazer com que o governo estivesse presente em todo Mato Grosso. Acho que este trabalho e mais a disponibilidade em ouvir a sociedade contribuiu muito para a solução de problemas. Não existe um único fim de semana que não percorro municípios no interior procurando principalmente encontrar soluções para os problemas.
Gazeta - Quais as prioridades da Assembleia para 2009?
Riva - Continuar investindo no processo de abertura para que a sociedade sinta confiança para vir discutir soluções para os grandes temas como o Zoneamento Ecológico, a geração de emprego e renda, o fim das desigualdades regionais, o benefício de obras públicas na saúde, educação e pavimentação asfáltica. Fazer os anseios da sociedade chegar ao governo é nossa maior preocupação, pois existem reclamações de todos os tipos e temos que fazer com que todos sejam ouvidos, como no caso dos empresários que buscam por uma política fiscal mais justa.Gazeta - É preciso promover reformas no Estado?Riva - Claro que sim. Não se pode permitir que o Estado continue gigante se não há uma resposta a população. Temos uma máquina inchada, que precisa ser reduzida para que o futuro seja bom para todos. Existe um limite na capacidade contributiva do empresário, do comerciante e vai chegar um dia em que ele não terá mais como sustentar o Poder Público, reconhecendo que o governador Blairo Maggi fez em parte as reformas que poderiam ter avançado mais como na redução de secretarias, por exemplo.Gazeta - E o Legislativo vai fazer sua parte?Riva - Vamos ter que cortar na própria carne. Vamos ter que abrir para o debate com a sociedade e sabemos que haverão cobranças que terão que ter respostas e vamos dá-las da melhor maneira possível, pois a crise chegou, se instalou e temos que nos antecipar para que os efeitos sejam menos danosos, seja revendo a política de incentivos fiscais, seja reduzindo o tamanho do Estado, seja nos pautando em compromissos voltados para a totalidade de Mato Grosso e sua gente.

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