Crime envolto em segredos bem preocupantes
Secretário é convocado para dar explicações sobre morte de jornalista
A Assembleia Legislativa encaminhou ofício convocando o secretário de Estado de Segurança Pública, Diógenes Curado (foto), para prestar esclarecimentos sobre as investigações do assassinato do jornalista Auro Ida. O crime ocorreu no dia 21 de julho, em Cuiabá. O requerimento solicitado pelo deputado Percival Muniz (PP) está na Consultoria Legislativa aguardando a resposta do secretário.
A data da arguição, ainda, não foi marcada. De acordo com o requerimento, o secretário deve estar acompanhado pelo delegado Antônio Carlos Garcia, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Auro Ida foi assassinado no bairro Jardim Fortaleza, na região do Coxipó, em Cuiabá. De acordo com a polícia, o jornalista foi executado com seis tiros de uma pistola 380.
Conforme texto da justificativa do requerimento, após 36 dias da morte do jornalista, o crime é envolto de mistério. "O crime abre brechas para suposições que precisam ser esclarecidas com a maior urgência", diz trecho do documento.
Entre os questionamentos expostos no requerimento estão: Por que Auro foi morto? Por que uma emboscada? Seria passional, como trabalha a Polícia Civil em um primeiro momento? E se a causa foi amor mal resolvido, por que Auro recebeu um tiro na boca? Todos sabem que tiro na boca tem assinatura. Um recado de que o objetivo não é matar apenas. Queriam silenciar o jornalista, por quê?
Tudo muito misterioso
A falta de informação sobre o assassinato do jornalista Auro Ida (foto) fez com que o Sindicato dos Jornalistas (Sindjor/MT) e a Ordem dos Advogados do Brasil –seccional de Mato Grosso (OAB-MT) cobrasse esclarecimentos das autoridades competentes sobre o crime, que há mais de um mês está sem solução. As investigações passaram a correr em segredo de justiça após o delegado Antônio Garcia afirmar que já sabia quem era o suspeito e estava preste a concluir as investigações. No entanto, até então nada aconteceu.
O site 24 horasnews, semana passada, apontou não apenas o nome do mandante como também dos participantes da execução, com detalhes minuciosos sobre os últimos passos do jornalista antes de ser executado. E ninguém foi preso. Nada foi elucidado. Por último, o deputado Percival Muniz (PPS) convocou Antonio Garcia para ir até a Assembleia Legislativa para prestar esclarecimentos. Porém, com o sigilo do inquérito atrapalhou os planos dos parlamentares, já que o delegado não poderia falar nada sobre o caso. Restou convocar o secretário de Segurança Pública de MT, Diógenes Curado.
Diante de todo este impasse, Sindjor e a OAB cobram uma solução para o crime. Por meio de nota, as entidades alegam que crimes como este aumentam a sensação de impunidade em Mato Grosso. “A expectativa aumenta ainda mais porque, após provocação do Sindicato e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT), a Polícia Federal se dispôs a contribuir com as investigações da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Não podemos nos acomodar diante de fatos como esse. Por isso, o Sindjor e a OAB não vão se calar e vêm a público reafirmar que continuam esperando a punição dos culpados”, traz trecho da nota.