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O prefeito de Água Boa, Maurício Tonhá (PR), conhecido como Maurição, não poupou sua insatisfação com o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), durante o VI Encontro de Prefeitos Mato-grossenses, na manhã desta sexta-feira (6). Após discurso em que o tucano fez duras críticas ao governo estadual, no que diz respeito a auxílio no trânsito da cidade, Tonhá, em entrevista ao Olhar Direto, afirmou que o prefeito faltou com a verdade.
Em discurso aos prefeitos presentes, Santos criticou a arrecadação do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotivos), afirmando que o Estado fica com metade do bolo arrecadado sem ajudar ou investir em nada no trânsito da capital. “Eles ficam com 50% e não fazem nada”, afirmou o prefeito.
“É vergonhoso o prefeito vir mentir em um encontro desses, para tantos prefeitos que estão aqui presentes. Ele acha que nós somos burros?!”, indignou-se Tonhá, citando como exemplo a Avenida das Torres, que obteve recursos do Fethab (Fundo Estadual do Transporte e Habitação).
O prefeito de Água Boa acrescentou que Wilson Santos pode até estar agindo de má fé com tais afirmações. “É um absurdo um prefeito falar de maneira irresponsável assim. É um prefeito-pinóquio. Olhem quantas obras do Estado foram e continuam sendo feitas em Cuiabá. Isso é a prova.”, disparou Tonhá.
O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e prefeito do município de Jauru, Pedro Ferreira, esteve na manhã desta quarta-feira (11) no Palácio Paiaguás, em audiência com o governador Blairo Maggi. O assunto, segundo o presidente, foi apresentar ao governador um balanço do 6º Encontro de Prefeitos Mato-grossenses.
Pedro disse que apresentou ao governador as principais demandas dos municípios elencadas pelos prefeitos durante o encontro. “Boa parte dos municípios está passando por um momento delicado de dificuldades financeiras e de gestão. Muitos prefeitos ainda não sabem como vão conseguir dinheiro pra pagar o 13º salário dos servidores, vamos ver em que o Estado vai poder ajudar os municípios”, disse.
O governador Blairo Maggi admitiu nesta terça-feira (10) que a conclusão do Hospital Central, prometida em sua campanha eleitoral, não será realizada. O governador anunciou em 2004 a retomada das obras, com previsão de conclusão em 2006, porém a obra continua como estava: parada.
“Parou pelo mesmo motivo que todos os demais (governos) pararam. Não teríamos como concluir o hospital”.
O Hospital Central foi iniciado em meados de 1985 e nunca foi concluído. Devido a isso, o Ministério Público Federal ingressou com uma ação em 2003 contra o estado, exigindo que o Governo Estadual conclua as obras do Hospital Central.
Segundo informações do Ministério Público Federal (MPF), há inúmeras irregularidades na construção deste hospital. Os gestores desviaram dinheiro público destinado à construção. Nas alegações finais, o MPF exige que o estado devolva R$ 14 milhões à União por danos morais e materiais. Este processo (2003.3600.00.8088-8) tramita na 5ª Vara Federal, sob responsabilidade do juiz José Pires da Cunha.
O governador do estado alegou que o local, nesse momento, não consegue mais atender a saúde hoje, porque o projeto estaria ultrapassado. “Pensamos em transformar em um ambulatório para a região, mas agora queremos utilizar o Hospital Central para abrigar uma área administrativa da Saúde”.
Embora a ação impetrada pelo Ministério Público Federal peça a devolução por parte do estado de R$ 14 milhões a União, o governador alegou que está tentando reaver junto ao Governo Federal os recursos aplicados pelo estado.
“Estamos pedindo ao governo federal a devolução desses recursos para aplicar em outra área da Saúde. Queremos investir no novo hospital Universitário”, ressaltou.
Hospital de Papel
Outra promessa não cumprida pelo governo Blairo Maggi foi a construção do Hospital da Criança, que ficou mais conhecido como “Hospital de Papel” por nunca ter sido concretizado.
A unidade hospitalar foi criada por meio da Lei 8.340, de 30 de junho de 2005. No documento eram previstos cargos, atribuições do hospital, número de funcionários e como seria escolhido o nome do hospital.
Embora tenha sancionado esta Lei, o governador afirmou que “foi feita uma proposta, mas não havia recursos para que o Hospital da Criança fosse feito”.
CPI da Saúde
Depois de toda a polêmica em torno da instalação da CPI da Saúde, das acusações de que o Executivo estaria interferindo no Legislativo para a escolha do presidente da CPI, para assim poder controlar as investigações, o governador disse que a Comissão “tem toda a liberdade de fazer os questionamentos que quiser”.
Blairo Maggi afirmou que este será um “momento bom para a política pública da saúde, pois com esta investigação serão verificados os avanços e dificuldades da área”.
Como todos os envolvidos na CPI da Saúde, Maggi disse que espera que a investigação não seja “usada politicamente”.
Embora não tenha investido num hospital estadual para Cuiabá, tenha fechado hospitais no decorrer de sua gestão, não tenha cumprido a promessa feita de concluir o Hospital Central, nem tenha tirado do papel o Hospital da Criança, o governador do estado disse que “na saúde pode garantir com toda tranqüilidade que o papel do estado está sendo cumprido a risca”.
Da Redação com informações de Glaucia Colognesi
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual José Riva (PP), pediu mais empenho da bancada federal de Mato Grosso em cobrar o governo federal sobre os recursos da União investidos na saúde pública no Estado.
Na avaliação dele, a União, que fica com 60% dos recursos públicos do País, pouco investe na saúde. Com isso, os municípios ficam sobrecarregados e são obrigados a arcar com as maiores despesas.
“Os municípios são muito fragilizados, principalmente os pequenos. A arrecadação mal dá pra cobrir os repasses constitucionais pra educação e saúde e manter a máquina. O governo federal precisa de sensibilizar disso, coisa que até agora não fez”, protestou o parlamentar.
Para ele, a bancada mato-grossense no Congresso Nacional deve começar a fomentar essa discussão em Brasília diante dos graves problemas na saúde que assolam todo o Estado.
O presidente da CPI da Saúde, deputado estadual Sérgio Ricardo (PR), também aproveitou o embalo e cobrou posicionamento firme dos parlamentares federais. Ele afirmou que aguarda um posicionamento do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para que esclareça os repasses ao Estado à comissão parlamentar.